“Edvaldo agora se apresenta como o pai da criança, que ele desejava que tivesse sido abortada.”
A eleição de Fábio Mitidieri (PSD) teve lances surpreendentes, desde o lançamento que Fábio teve que enfrentar um turbilhão de obstáculos.
Tudo começou pela ilusão alimentada por Mitidieri, de que o seu efetivo apoio e dedicação à reeleição de Edvaldo Nogueira (PDT), seria o suficiente para obter de Nogueira a retribuição no seu projeto de candidatura ao governo de Sergipe.
Mas como primeiro obstáculo, Fábio só se tornou candidato, após enfrentar Nogueira numa disputa interna.
E como se isso não fosse o bastante, após ser escolhido pelo governador Belivaldo Chagas (PSD), Mitidieri teve que enfrentar o desgaste de uma bombástica entrevista, na qual o prefeito Edvaldo Nogueira, com semblante de adversário, acusava Belivaldo de ter feito a escolha errada, e de ter escolhido um candidato despreparado.
A repercussão foi tão negativa que dias após Nogueira foi aconselhado a declarar que iria permanecer no bloco de apoio à candidatura de Mitidieri.
O declarado apoio de Nogueira, parecia ter duplo objetivo, desfazer a infeliz declaração contra Belivaldo e Fábio, e negar as especulações de que juntamente com o ex-governador Jackson Barreto (MDB), estavam fazendo tratativas secretas de apoio ao candidato Rogério Carvalho (PT).
Se era verdade ninguém apresentou provas, mas testemunhamos que mesmo tendo relação harmoniosa com Nogueira, Jackson fincou pé numa disputa pela vaga de senador, emperrando a composição da chapa de Fábio, até o s 45 do segundo tempo, quando se mudou de mala e cuia para o palanque petista, levando à tiracolo, um conselheiro do governo (João Gama), pela indicação do vice na chapa de Rogério.
Realmente, setores influentes da política sergipana, e até alguns membros não tão influentes assim, estavam sem entender porque após demonstrar lealdade aos companheiros da base governista, Mitidieri estava enfrentando esse boicote afrontoso. O lento processo para a definição do senador da chapa, parecia o fim do mundo. Mas não era!
Após vencida essa batalha, houve um desgaste ainda maior, sabendo que seu principal adversário (Valmir de Francisquinho), tinha como vice uma mulher, Fábio explicitou o desejo de que sua chapa fosse também composta, com a presença de uma mulher. Mitidieri não escondia de ninguém que desejava ter como companheira de chapa a esposa do prefeito e aliado de primeira hora, Edvaldo Nogueira. Mas teve que se contentar com um educado “NÃO”.
E o fato lamentável, é que dias antes da resposta da primeira dama do município de Aracaju, a Sra. Danusa Silva, as redes sociais informavam que o prefeito não desejava indicar a esposa, palpiteiros desconfiavam que Edvaldo Nogueira não desejava vínculo efetivo com a campanha de Mitidieri. Por não acreditar no sucesso do projeto.
Mas veio a campanha, e com um marketing anêmico, e aliados dispersos, Fábio que poderia contar com um estruturado grupo de apoiadores, teve que amargar a terceira posição na primeira rodada do pleito eleitoral.
Como podemos observar, muitos lances deixaram a impressão de que Edvaldo defendia o aborto da candidatura de Mitidieri. Mas, hoje com Mitidieri reeleito, Edvaldo busca aparecer como o pai da criança, ou seja, Edvaldo agora se apresenta como o pai da criança, que ele desejava que tivesse sido abortada, ou seja, quando todo o mundo político sergipano comenta sobre a felicidade de Fábio ter entregue a coordenação da campanha ao ex-deputado federal André Moura.
Edvaldo invade o campo e se apresenta como o dono da bola, mesmo sem ter tido força eleitoral para fazer um único deputado. A não ser que queiram creditar a ele a 7º vitória do deputado Garibalde Mendonça.
Foi nítido o empurrão do marketing, quando na última semana da eleição, explorou demasiadamente a imagem de Nogueira nos programas e peças publicitárias da campanha, se a campanha demora mais um pouco o eleitor ia acabar sem saber quem realmente era o candidato.
Já após a eleição, com Mitidieri vitorioso, aí foi que a equipe de comunicação do prefeito carregou na tinta. Mas há quem aposte que Fábio tem memória de elefante.
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